terça-feira, 6 de novembro de 2012

Alberto da Veiga Guignard

Obra: Dança de Roda
Ainda adolecente, Alberto da Veiga Guignard, seguiu com sua família para a Europa ondecursou as academias de Arte de Florença e Munique, e expôs por duas vezes no Salão deOutono, em Paris. Referindo-se a si mesmo na terceira pessoa,Guignard disse, em 1960, que " de acadêmico passou a moderno , após ter visto umaexposição de arte moderna alemã: o modernsmo o fascinou." Em 1929, retornou ao Rio deJaneiro e lecionou na Fundação Osório e na Antiga Universidade do Distrito Federal, além demontar seu ateliê. De meados da década de 30 até o final da vida, Guignard evoluiugradativamente, sempre concedendo primordial importância ao desenho.Em 1944, mudou-se para Minas Gerais a convite de Juscelino e foi como paisagista queatingui seu apogeu sobretudo das séries Jardim Botânico, Itatiaia, Parque Municipal de BeloHorizonte, Lagoa Santa, Sabará e Ouro Preto. Guignard era dotado de excelente técnica,pintando em camadas finas, que se sucediam umas sobre as outras, à maneira dos antigos.Sua pintura é, preferentemente, lisa, ignorando o empaste.

Flávio de Resende Carvalho

Obra: Nu Feminino Deitado
Pioneiro da arquitetura moderna brasileira, pintor desenhista, escritor, Flávio de Resende Carvalho estudou na Inglaterra e sempre se distinguiu pelo arrojo e pelo ineditismo de sua atuação. Foi um inovador, acostumado, desde o princípio, a nunca pisar caminhos já sulcados.Sua originalidade revelou-se, por exemplo, no Bailado do Deus Morto,quando realizou cenários luminosos para uma sinfonia coreográfica de seu amigo Camargo Guarniere. Ouainda em sua ridicularizada tentativa de impor, aos brasileiros, um traje mais adequado ao clima do país, desfilando com um saiote pelas ruas de São Paulo. Grande pintor e desenhista ligado ao Expressionismo, teve na figura humana seu tema favorito, sendo famosos os retratos que fez de personalidades da vida cultural brasileira, como Mário de Andrade e JoséLins do Rego. Mas foi nos desenhos da Série Trágica, realizados junto ao leito de morte desua mãe, em 1947, que Flávio de Carvalho atingiu o auge de sua arte. Sobre esses trabalhos, escreveu Almeida Sales: "Não sabendo expressar-se mais profundamentedo que por intermédio de sua gagueira de traços acumulados sobre a folha alva, ousou transformar o quarto da mãe morrendo em ateliê de registro do estranho fato. Saiu da alcovatrágica como um deus que tivesse detido o processo inexorável da morte. De baixo do braço, folhas riscadas com carvão guardavam, indelevelmente, a mais extraordinária fotografia de todos os tempos: os últimos estertores da vida de uma anciã entrando na morte, fixado pelo homem nascido de suas entranhas".

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo - Di Cavalcanti

Obra: Samba

Possível autor da iniciativa de 1922, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, artisticamente conhecido como Di Cavalcanti, nasceu e morreu no Rio de Janeiro. Teve seutrabalho publicado pela primeira vez em uma revista, em 1914. Realizou sua primeira mostraindividual em 1917, como desenhista; era então na opinião de Mário de Andrade, "omenestrel dos tons velados", e utilizava como meio de expressão predileto o pastel, evocandofiguras femininas "de angelitude então em voga". Em 1921 realizou sua primeira exposição depinturas e em seguida presenciou a Semana de Arte Moderna, ao que parece originada deuma sugestão de Di Cavalcanti e Paulo Prado. Compareceu com 12 obras nas quais seobserva certa persistência de tendências passadas, como o Impressionismo e o Simbolismo,temperadas com algumas pitadas de Expressionismo. As críticas, como de costume aqualquer forma de mudança na arte da época, foram intensas e arrasadoras. Após a Semana,Di Cavalcanti embarcou para a Europa onde se dedicou exclusivamente à pintura e ondesofreu muitas influências no trabalho. Retornando ao Brasil realizou nova mostra e umaexposição individual. Mário de Andrade não poupou elogios aos seus trabalhos e à maneiraexplendida como mostrou o Brasil como ele é. Suas coisas, sua gente, sua alegria. A décadade 40 foi o apogeu do talento de Di Cavalcanti, que se tornou um dos mais notáveis pintores brasileiros gerados pelo modernismo.

Anita Malfatti


Obra: Estudante
Nasceu em São Paulo, em 1896, e seus primeiros estudos artísticos foram orientadospela mãe, pintora amadora. Em 1912 foi enviada para a Alemanha, a fim de cursar a Academia de Belas-Artes de Berlim, após curto estágio em Dresden. A própria artista, emdepoimento de 1939, assim descreveu esses primeiros tempos na Europa: "Em Berlimcontinuei a busca e comecei a desenhar. Desenhei seis meses dia e noite. Um belo dia fuicom um colega ver uma grande exposição de pintura moderna. Eram quadros grandes. Haviaemprego de quilos de tintas, e de todas as cores. Um jogo formidável. Uma confusão, umarrebatamento, cada acidente de forma pintado com todas as cores. O artista não haviatomado tempo para misturar as cores, o que para mim foi uma revelação e minha primeiradescoberta. Pensei: o artista está certo. A luz do sol é composta de três cores primárias equatro derivadas. Os objetos se acusam só quando saem da sombra, isto é, quandoenvolvidos na luz. Tudo é resultado da luz que os acusa, participando de todas as cores.Comecei a ver tudo acusado por todas as cores. Nada neste mundo é incolor ou sem luz.Procurei o homem de todas as cores, Louis Corinth, e dentro de uma semana comecei atrabalhar na aula desse professor." Após uma curta passagem pela Alemanha se dirigiu aParis e retornou ao Brasil em 1914 quando realizou sua primeira exposição individual. Em1917 após estudos feitos nos Estados Unidos realizou outra exposição. Criticas feitas ao seutrabalho por reacionário como Monteiro Lobato a desestabilizaram e sua obra declinou logoapós. Seus trabalhos foram expostos na Semana de Arte Moderna de 1922 e em outrasexposição onde foi premiada e consagrada.Para Mário de Andrade, outro expoente do modernismo brasileiro: "foi ela, foram osseus quadros, que nos deram uma primeira consciência de revolta e de coletividade em lutapela modernização das artes brasileiras."
Obra: Tropical